PLOTINO E O NEOPLATONISMO - Resumo
por: Alexander J Silva
Plotino, o último dos filósofos da antiguidade, discípulo de Amônio, fez de seu pensamento o caminho para o cristianismo, mesmo sem possuir este conhecimento. Plotino bebe da filosofia de Aristóteles e Platão, mas faz desta união um crescente “borbulhamento” do seu pensar.
A linguagem aplicada em suas obras traz caráter metafísico. O UNO para definição de Plotino traz um caráter divino, “é uma virtude do UNO que todas as coisas são coisas” (Plotino, Eneada VI), um deus com característica negativa (Deus não é ruim) porque qualquer palavra explica algo indeterminado, absoluto atribuindo-lhe a atividade de “auto-cria”, ou seja, “auto-criador”. Um deus que não cria livremente, mas se auto-cria a si mesmo, que se trata de um “si”, com potência infinita expandida produzindo ao outro. Na maçonaria o valor de Deus é representado por um grande arquiteto, pois a interpretação apresentada por eles é a existência de um deus criador e projetor de toda a existência e principalmente do bem.
Deus se faz presente como criador, mas existem correntes que acreditam na ordem da evolução como as teorias do Big-Bang e cadeia evolutiva, uma interpretação a partir de valores religiosos e científicos. Na bíblia sagrada retirado do livro de Gênesis temos: “Deus criou o homem a sua imagem; à imagem de Deus ele o criou; e os criou homem e mulher” (Gn 1,27). Platão reproduz uma idéia sobre-humana da existência de DEUS e Aristóteles afirma: “se a coisa é boa existe alguém além de nós”. Para Plotino a existência da idéia de deus (UNO) está associada a uma cultura muito antiga chamada órfica, que apresenta uma visão dualista de alma/corpo, como bem mencionado o corpo é o cárcere da alma.
A segunda hipóstase de Plotino está ligada ao NOUS (espírito, inteligência). Voltando um pouco na história dos pré-socráticos e na antiguidade, para entender melhor a visão do NOUS, Homero utilizou deste termo para condefinir o saber e a razão em contraste aos sentidos sensoriais, ou seja, explicar através do movimento órfico a existência do espírito atrelado aos sentimentos. Anaxágoras utilizou como força motriz que formou o mundo a partir do caos, acreditando que no princípio de todas as coisas era desordem. Platão define como algo racional e imortal da alma, é o divino e temporal no qual as grandes verdades e conclusões emergem imediatamente. Aristóteles associou ao intelecto, NOUS passivo e ativo, sendo o passivo afetado pelo conhecimento e o ativo, o eterno, primeira causa de todas as subsequências do mundo. E finalmente Plotino sendo como uma emanação divina, pois o NOUS está associado ao UNO que é matéria inteligível que se contempla no espírito e este espírito fecundando o UNO, nasce o pensamento/pensado com a idéia platônica da “totalidade das coisas”, ou seja, mundo das idéias.
Como terceira hipóstase a ALMA, em destaque aqui a “alma suprema” como ligação do espírito, permanece estreita unida ao NOUS e o corpo do qual provém, “alma do todo” quanto criadora de tudo, PHYSIS e “alma particular” são as que descem para animar os corpos, os astros e todos os seres vivos.
Alma é “uno-e-muito”, espírito é “uno-muito”, UNO é somente uno e os corpos são apenas “muitos”.
A ALMA encarnada apresenta duas culpas (pela audácia e temeridade, concretizada as potencialidades do universo) DESCIDA e CUIDADA. Descida porque a alma é inelutável e involuntária apresenta o castigo “corpo cárcere da alma” para que através do processo de reminiscência purifique a sua alma. Cuidada porque a alma já possui corpo e a preocupação é a prática de tortura e o não cuidado pela saúde.
Contudo, Plotino fez do pensamento antigo e de Platão uma forma concreta de introdução do pensamento sobre esta visão metafísica de “trialidade” da existência de Deus, sendo como três pessoas PAI, FILHO e ESPIRITO SANTO e pela visão de constituição CORPO, ESPIRITO e ALMA.
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GLOSSÁRIO
Contemplação: Meditação em que a alma considera um objeto – pode se tratar de Deus, da verdade – e absorver-se nele. É então estranha a qualquer idéia de ação e a qualquer finalidade prática (RUSS, 49).
Essência: Natureza de uma coisa, desse ser; independente do fato de existir ou por oposição a ele (RUSS, 92).
Imanência: Presença da finalidade da ação na ação ou do resultado de uma operação qualquer na operação; limitação do uso de certos princípios à experiência possível e recusa em admitir conhecimentos autênticos que superem os limites de semelhantes experiências (ABBGNANO, 539).
Necessidade: Qualquer tipo ou forma possível de relação entre o homem e as coisas, ou entre o homem e os outros homens, pode ser considerado sob o aspecto da necessidade (ABBGNANO, 708).
Ontologia: Estudo do “ser enquanto ser” (RUSS, 205).
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BIBLIOGRAFIA
ABBAGNO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Tradução Alfredo Bosi. 4ed – São Paulo: Martins Fontes, 2000.
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. Plotino e o neoplatonismo. In: História da filosofia: Antiguidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990. p. 338-355.
RUSS, Jacqueline. Dicionário de filosofia. Scipione. ISBN 85-262-2480-8.
WIKIPÉDIA ENCICLOPÉDIA ONLINE. Plotino.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Plotino
Acessado em: 17 ago. 11.
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