Pensar uma Catequese de Inspiração Catecumenal
Preparar
um Encontro Celebrativo Catequético torna necessário pensar em duas
perspectivas iniciais: a primeira, o que a sociedade está vivenciando e a
segunda, o conteúdo da nossa fé. O teólogo suíço, Karl Barth, afirma que o
cristão deve carregar em uma das mãos a Bíblia e noutra o jornal. Tão logo,
diríamos hoje, em pleno século XXI, que os cristãos devem ter em seus
Smartphones dois aplicativos importantes: a Bíblia e um Navegador para saber
das notícias de sua cidade, estado, país e do mundo, e, para o catequista
mistagogo (mystagogós), não é
diferente!
Ser catequista mistagogo requer introduzir na fé as pessoas, ensinando-as e apresentando-lhes os mistérios de Jesus Cristo, que é caminho, verdade e vida (Cf. Jo 14,6) e apresentar, através das cerimônias rituais, o sentido da fé presente em cada gesto e palavra dos ministros ordenados (bispo, padre, diácono) ou ministros (as) leigos (as).
Já o movimento catequético antes do Concílio Vaticano II quebrava paradigmas da sociedade no que diz respeito à catequese e até hoje estamos nesse processo constante de aproximar da vida dos catequizandos e catecúmenos o Cristo. Alguns tabus que são quebrados: a catequese não é uma aula, não é cursinho, não é escola. A catequese, portanto, destaca-se como um momento íntegro e importantíssimo para os que desejam ser iniciados à fé cristã.
Bebendo do processo catecumenal das primeiras comunidades, a catequese serviu-se de quatro momentos: Querigma, Tempo da Catequese, Tempo de Purificação e Tempo da Mistagogia. Esse processo passou por crise no Período do Império e, com o Vaticano II, foi resgatado pelas comunidades, sendo primeiramente estruturado somente aos Adultos, com o RICA, e depois aprimorado nas diversas idades, já que a catequese parte do feto ao idoso e é necessário que esteja em processo permanente de formação, não visando apenas a Sacramentalidade, mas sim a Vida Sacramental.
Querigma
O tempo ou período do querigma (kérygma) é o momento em que os Introdutores da Fé[1] apresentam Jesus Cristo aos Catecúmenos e Catequizandos, um primeiro anúncio é feito. Vale destacar que Catecúmenos são todos aqueles que ainda não foram batizados. Para tanto podemos nos servir de muitos textos bíblicos que são querigmáticos. O tempo litúrgico do Ano A nos ajuda nesse aspecto.
Os textos do Novo Testamento utilizados neste período apresentam aspectos querigmático e catequéticos, por exemplo: Mc 8, 27-30 ou Lc 9,18-20 (profissão pública de Pedro); Jo 3, 1-8 (diálogo de Jesus com Nicodemos); Lc 6, 27-31 (amor incondicional entre amigos e inimigos); Mt 5, 21-26 (a lógica do Reino); Mt 4, 23-25 (Jesus curando e anunciando o Reino); Lc 11, 27-28 (reconhecimento de quem é Jesus no meio da multidão).
Tempo da Catequese
Após caminhar pelo período do querigma (primeiro anúncio), os catequizandos e os catecúmenos são convidados a entrarem no tempo da catequese. Hoje, nesse período, contamos com muitos subsídios que apoiam os catequistas na administração dos encontros, nunca perdendo de vista a realidade de cada grupo.
Costumamos dizer que os encontros de catequese devem partir “da vida e gerar mais vida”, no cumprimento do mandamento do senhor eu vim para que todos tenham vida e tenham em abundância (Jo 10,8).
Numa estrutura básica, os encontros devem ter: Introdução, oração inicial, lectio divina (Leitura Orante da Bíblia), reflexão em grupo, conteúdo proposto pelo Itinerário da CNBB, compromisso do encontro e oração conclusiva. O dinamismo do encontro poderá contar com dinâmicas, mas buscando não utilizar uma dinâmica por utilizar, e sim, fazer dela uma ligação/sentido para aquele encontro.
A dinâmica e o ser dinâmico são importantíssimos dentro de nossos encontros celebrativos, principalmente diante de nossas realidades, em que cada vez mais é comprovado que nossos catequizandos e catecúmenos são atraídos pela visão, audição e sinestésicos, ou seja, são movidos pelas sensações corporais. Podemos utilizar de algum subsidio ou simplesmente colocar um recorte, música, desenhos, vídeos que vão ajudar no entendimento do tema proposto.
Tempo de Purificação
É momento culminante do processo catecumenal. Tendo caminhando até aqui, o catequizando e o catecúmeno são preparados para receber os símbolos da fé e os sacramentos. Aproveita-se do tempo da Quaresma para enfatizar os símbolos da fé cristã e, na Vigília Pascal e no Tempo da Páscoa, acontecem os sacramentos.
Tempo da Mistagogia
Após ter recebido o Sacramento, o Cristão Iniciado, passará a testemunhar dentro da comunidade o fruto de seus esforços, sob acompanhamento de seu Catequista e Instrutor vai testemunhando pastoralmente a fé no Cristo Jesus no seio da comunidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONFERÊNCIA Nacional dos bispos do Brasil. Diretório nacional de catequese. 5. ed. Documento da CNBB 84. São Paulo: Paulinas, 2007.
__________. Iniciação à vida cristã: Um processo de inspiração catecumenal. Estudo da CNBB 97. 3. ed. São Paulo: Paulus, 2010.
__________. Itinerário catequético: Iniciação à vida cristã – um processo de inspiração catecumenal. 2. ed. Brasília: Edições CNBB, 2015.
LELO, Antonio F. Catequese com estilo catecumenal. 7. ed. São Paulo: Paulinas: 2012.
LIMA, Luiz Alves de. A Catequese do Vaticano II aos nossos dias: A caminhada de uma catequese a serviço da Iniciação à Vida Cristã. São Paulo: Paulus, 2016. (Col. Marco Conciliar).
TABORDA, Francisco. Nas fontes da vida cristã: uma teologia do batismo-crisma. São Paulo: Loyola, 2001.
Ser catequista mistagogo requer introduzir na fé as pessoas, ensinando-as e apresentando-lhes os mistérios de Jesus Cristo, que é caminho, verdade e vida (Cf. Jo 14,6) e apresentar, através das cerimônias rituais, o sentido da fé presente em cada gesto e palavra dos ministros ordenados (bispo, padre, diácono) ou ministros (as) leigos (as).
Já o movimento catequético antes do Concílio Vaticano II quebrava paradigmas da sociedade no que diz respeito à catequese e até hoje estamos nesse processo constante de aproximar da vida dos catequizandos e catecúmenos o Cristo. Alguns tabus que são quebrados: a catequese não é uma aula, não é cursinho, não é escola. A catequese, portanto, destaca-se como um momento íntegro e importantíssimo para os que desejam ser iniciados à fé cristã.
Bebendo do processo catecumenal das primeiras comunidades, a catequese serviu-se de quatro momentos: Querigma, Tempo da Catequese, Tempo de Purificação e Tempo da Mistagogia. Esse processo passou por crise no Período do Império e, com o Vaticano II, foi resgatado pelas comunidades, sendo primeiramente estruturado somente aos Adultos, com o RICA, e depois aprimorado nas diversas idades, já que a catequese parte do feto ao idoso e é necessário que esteja em processo permanente de formação, não visando apenas a Sacramentalidade, mas sim a Vida Sacramental.
Querigma
O tempo ou período do querigma (kérygma) é o momento em que os Introdutores da Fé[1] apresentam Jesus Cristo aos Catecúmenos e Catequizandos, um primeiro anúncio é feito. Vale destacar que Catecúmenos são todos aqueles que ainda não foram batizados. Para tanto podemos nos servir de muitos textos bíblicos que são querigmáticos. O tempo litúrgico do Ano A nos ajuda nesse aspecto.
Os textos do Novo Testamento utilizados neste período apresentam aspectos querigmático e catequéticos, por exemplo: Mc 8, 27-30 ou Lc 9,18-20 (profissão pública de Pedro); Jo 3, 1-8 (diálogo de Jesus com Nicodemos); Lc 6, 27-31 (amor incondicional entre amigos e inimigos); Mt 5, 21-26 (a lógica do Reino); Mt 4, 23-25 (Jesus curando e anunciando o Reino); Lc 11, 27-28 (reconhecimento de quem é Jesus no meio da multidão).
Tempo da Catequese
Após caminhar pelo período do querigma (primeiro anúncio), os catequizandos e os catecúmenos são convidados a entrarem no tempo da catequese. Hoje, nesse período, contamos com muitos subsídios que apoiam os catequistas na administração dos encontros, nunca perdendo de vista a realidade de cada grupo.
Costumamos dizer que os encontros de catequese devem partir “da vida e gerar mais vida”, no cumprimento do mandamento do senhor eu vim para que todos tenham vida e tenham em abundância (Jo 10,8).
Numa estrutura básica, os encontros devem ter: Introdução, oração inicial, lectio divina (Leitura Orante da Bíblia), reflexão em grupo, conteúdo proposto pelo Itinerário da CNBB, compromisso do encontro e oração conclusiva. O dinamismo do encontro poderá contar com dinâmicas, mas buscando não utilizar uma dinâmica por utilizar, e sim, fazer dela uma ligação/sentido para aquele encontro.
A dinâmica e o ser dinâmico são importantíssimos dentro de nossos encontros celebrativos, principalmente diante de nossas realidades, em que cada vez mais é comprovado que nossos catequizandos e catecúmenos são atraídos pela visão, audição e sinestésicos, ou seja, são movidos pelas sensações corporais. Podemos utilizar de algum subsidio ou simplesmente colocar um recorte, música, desenhos, vídeos que vão ajudar no entendimento do tema proposto.
Tempo de Purificação
É momento culminante do processo catecumenal. Tendo caminhando até aqui, o catequizando e o catecúmeno são preparados para receber os símbolos da fé e os sacramentos. Aproveita-se do tempo da Quaresma para enfatizar os símbolos da fé cristã e, na Vigília Pascal e no Tempo da Páscoa, acontecem os sacramentos.
Tempo da Mistagogia
Após ter recebido o Sacramento, o Cristão Iniciado, passará a testemunhar dentro da comunidade o fruto de seus esforços, sob acompanhamento de seu Catequista e Instrutor vai testemunhando pastoralmente a fé no Cristo Jesus no seio da comunidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONFERÊNCIA Nacional dos bispos do Brasil. Diretório nacional de catequese. 5. ed. Documento da CNBB 84. São Paulo: Paulinas, 2007.
__________. Iniciação à vida cristã: Um processo de inspiração catecumenal. Estudo da CNBB 97. 3. ed. São Paulo: Paulus, 2010.
__________. Itinerário catequético: Iniciação à vida cristã – um processo de inspiração catecumenal. 2. ed. Brasília: Edições CNBB, 2015.
LELO, Antonio F. Catequese com estilo catecumenal. 7. ed. São Paulo: Paulinas: 2012.
LIMA, Luiz Alves de. A Catequese do Vaticano II aos nossos dias: A caminhada de uma catequese a serviço da Iniciação à Vida Cristã. São Paulo: Paulus, 2016. (Col. Marco Conciliar).
TABORDA, Francisco. Nas fontes da vida cristã: uma teologia do batismo-crisma. São Paulo: Loyola, 2001.
[1] Sem ter a função de catequista ou psicólogo,
anuncia o querigma com seus principais conteúdos: Amor de Deus, Pecado,
Salvação em Jesus Cristo, Fé e Conversão, Promessa do Espírito
Santo. É um amigo que, partilhando suas próprias experiências,
vai conduzir o catequizando/catecúmeno a caminhar na fé e estabelecer uma
relação pessoal com Deus e com a comunidade.